Desobediência no Jardim X Obediência no Deserto

Textos base: Gênesis 2 e Mateus/Lucas 4

Lendo Gênesis 2, vemos Deus formando Adão, plantando um jardim no Éden e pondo o homem que havia formado neste jardim. Este jardim era um local extremamente agradável, cheio de árvores agradáveis à vista, e boa para a comida, havia ali também um rio para regar o jardim, que ali se dividia em quatro braços, cujos nomes eram Pisom, Giom, Tigre e Eufrates. Foi neste lugar, coberto abundantemente das bênçãos de Deus, que Adão veio a desobedecer ao Senhor, na primeira sugestão indireta do diabo para fazer isso, quando, podendo ele comer livremente das árvores do jardim, comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mau, cujo fruto Deus proibira comer.

Agora, lendo Mateus 4 ou Lucas 4, vemos uma outra ação de Deus, o Espírito Santo conduz o Senhor Jesus para o deserto. Este deserto era, ao contrário do jardim, um lugar desagradável, nada de sombra nem frutos de árvores ali, se houvesse alguma árvore certamente tinha troncos secos e retorcidos. Os quatro braços de rios  do Édem, aqui foram 40 dias de direta tentação do diabo, sem comer coisa alguma, depois a fome. Mas isso não foi tudo, nas três investidas finais do tentador, o Filho mostra, com a expressão está escrito, que a sua obediência ao Pai é incondicional, não circunstancial e total.

Assim, o primeiro homem, da terra, desobedeceu ainda que estivesse no jardim, mas Glória a Deus, pois o segundo homem, o Senhor, é do céu, obedeceu no deserto.

Quando falamos a respeito de vida espiritual, salvação e eternidade temos como base a palavra de Deus em nossas vidas. Amamos ao Senhor por que Ele nos amou primeiro e esse Seu amor nos conduz pelo caminho da vida até o dia em que morremos. Porém, nós somos pessoas, seres humanos, feitos de carne e osso somos da terra. Essa nossa natureza já é inclinada ao pecado desde o pecado de Adão (ler Romanos 5). Esse pecado sempre dificulta a relação do homem com Deus, mas pela graça e misericórdia de Deus revelada em Jesus podemos ter acesso ao Pai pelo sangue de Jesus.

Vamos, então, pontuar duas situações distintas.

Situação 1: tudo está maravilhosamente bem na sua vida. Tudo vai bem. O trabalho, os estudos, a família, o lar, o salário, a saúde, a tranquilidade, enfim tudo vai bem. Nessa situação, como homens, tendemos a nos acomodar. Isso não é absurdo, é algo normal da nossa própria natureza. O problema é que isso aos poucos nos afasta de Deus. Vamos deixando de orar, deixando de madrugar, afinal, tudo está bem não é mesmo?! Quando percebemos, já estamos longe da comunhão de Deus há muito tempo e entramos em dificuldade espiritual.

Situação 2: tudo está difícil. Parece que nada vai bem, o trabalho com perseguições e injúrias, a família com discussões e falta de amor, o dinheiro que não dá pra pagar as contas e só traz preocupação, falta paz no coração, enfim tudo está mal. É também natural queremos buscar a Deus nessas horas não é mesmo, afinal, quem mais pode te dar a solução a esses problemas?

Paramos então num ponto interessante: não há como gozarmos de uma tranquilidade tal como o jardim do Éden aqui na Terra sendo ainda possuidores de corpo corruptível como temos e não pecarmos contra o Senhor e nos esquecermos dele. A natureza humana não nos permite isso. Por isso passamos por situação difíceis que Deus permite as chamadas provações.

Nesses momentos difíceis nós buscamos ao Senhor e sofremos aos seus pés. Somos consolados e ajudados em momento oportuno. Mas Deus sempre está perto de nós, pois estamos fiéis a Ele, ainda que sofrendo. A obediência que Jesus nos ensinou nos traz salvação. Em meio ao mundo (deserto) que está a nossa volta nós buscamos ser fiéis a Deus ainda que sofrendo as dificuldades do deserto. E nessa nossa fé Deus se agrada e opera em nossas vidas. Não reclame quando estiver em meio a lutas e dificuldades, tudo isso te gerará misericórdia e graça aos olhos do Senhor. Em tudo dai graças! Seja fiel no deserto e haverá galardão para ti, sendo a salvação o maior deles.