A maravilha de sermos feitos filhos de Deus

07/05/2013 20:25

 

Ser filho de Deus é um milagre pra nós. Pra que isso fosse possível um alto preço foi pago com a vida de Jesus! Muitos se dizem filhos de Deus, mas não o são. Veremos neste estudo quem são os filhos de Deus e como são constituídos, segundo à luz da palavra. E o mais importante: qual o grande benefício disso!

 

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Texto Base: Romanos 8:15
"Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai."


Muitos se dizem filhos de Deus. Principalmente nos momentos de tribulação é comum ouvirmos a expressão “Eu não mereço isso, eu também sou filho de Deus!”. E isso pode não ser verdade, mas para entendermos o mistério que envolve esse fato, precisamos voltar ao velho testamento e entender as raízes do relacionamento do homem com Deus.

 

Como era no Velho Testamento?

Quando Deus cumpre em Isaque a promessa feita a Abraão sobre a nação de Israel que seria próspera e vitoriosa, Deus forma ali um povo que seria o Seu povo. Israel seria uma nação separada, santa e viveria sob uma ordem e sob um governo que nenhuma outra no mundo vivia: o governo de Deus. Assim, o Senhor ao tirar o povo do Egito deu-lhes as leis e os mandamentos para que fossem a regra de conduta do povo. O que Deus estava fazendo era mostrando a eles que eram diferentes, que sobre eles havia um Deus verdadeiro e único, que criou todas as coisas e o pecado deveria ficar para trás. O propósito do Senhor, então, foi reinar sobre Israel, formar o caráter dessa nação para entender o que era viver sob Sua vontade e para assim mostrar ao mundo a maravilha que seria uma nação governada pelo único Deus vivo e verdadeiro que existe.

 

Muito bem, Israel foi então tirado do Egito e levado ao deserto. No deserto, o povo recebeu as leis, mandamentos e ordenanças sob os quais aprenderiam a obedecer. E eles aprenderam, de fato. Aos poucos os costumes do Egito ficaram para trás e passaram a viver conforme a vontade de Deus. O problema é que o homem é suscetível ao pecado e sua natureza carnal não possui a essência do que é eterno e puro, mas do que é temporal e profano (já herdamos o pecado). Isso fez com que fosse muito difícil o povo viver uma palavra tão pura, santa e perfeita em justiça por um corpo carnal e inclinado ao pecado e às suas vontades e prazeres.

 

O que Deus fez, então, para que o povo mesmo inclinado ao pecado buscasse de todo o coração viver Sua palavra? O Senhor ensina ao povo o temor ao Seu nome! Deus colocou no coração do povo um temor tal que levaria a nação a servi-lo e obedecê-lo vencendo suas próprias vontades. De que forma Deus fez isso? Pelos sinais e maravilhas que operou como o Mar Vermelho que se abriu, a água que brotou da rocha, a coluna de fogo a noite e a nuvem de dia durante a caminhada o deserto, o maná, a voz do Senhor que ecoou sobre o monte que fumegou e todo o povo temeu ser morto tamanha a glória e justiça que se manifestaram. Esses e outros tantos sinais geraram no coração do povo um temor que lhe garantiria obedecer a Sua palavra.


No entanto, isso mostrou-se insuficiente. A natureza carnal do homem o levava sempre contra a santidade e justiça de Deus. Por isso vemos que em toda a história de Israel, ora estavam bem, ora estavam mal espiritualmente. Isso se torna cada vez mais frequente e mais difícil de corrigir. Até que chegou ao ponto de Israel ignorar os profetas que Deus lhes enviava para mostrar que estavam em pecado e deveriam pedir perdão e buscar ao Senhor. Tanto é assim que vemos o profeta Jeremias que chora e lamenta a situação de Israel “Mataram meus profetas” em todo o livro de lamentações.

 

Sendo assim, Deus parou de falar e agir. Se o povo não queria mais ouvi-lo, não havia mais o que falar. Ou seja, fica evidente que o homem na sua natureza carnal não conseguiu nem jamais conseguiria viver a palavra em sua plenitude, pois ela é santa e eterna, e nós somos inclinados ao pecado e temporais. Algo então precisava vir da eternidade para que com esse elemento da eternidade em nossa vida, a palavra pudesse ser vivida, pois não seríamos nós mesmos a nos conduzir, mas esse elemento eterno nos conduziria.

 

Pra mudar isso, Jesus vem ao mundo, o Verbo se fez carne, a palavra de Deus estava no nosso meio novamente; não mais pela boca de um homem profeta apenas, mas ela própria viva entre nós. Isso foi profetizado por Isaías quando escreve: “A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6:1-2). Esse é um diálogo profético entre Deus e Jesus em que a salvação vem ao mundo por meio dele, quando não mais havia solução.

 

Quando Jesus dá a sua vida por nós ele institui no seu sangue uma nova aliança, um novo pacto de Deus com o homem. Agora algo diferente se daria na vida do homem que servisse ao Senhor e ele seria conduzido de uma outra forma, não mais apenas por sua força de vontade em viver a palavra e não pecar, pois isso não foi suficiente no passado. Agora um elemento eterno o conduziria pelo caminho, o Espírito Santo.


 

Como é no Novo Testamento?

Agora, após o sacrifício de Jesus, Deus nos envia o Espírito Santo. O Espírito Santo é o elemento que veio da eternidade para que habitando em cada um de nós pudesse nos levar a viver a palavra da eternidade mesmo que em corpos carnais.

 

Quando alguém aceita a Jesus como seu Senhor e Salvador, se arrependendo dos seus pecados passados, então esta pessoa é selada diante de Deus sendo batizada com o Espírito Santo pelo próprio Senhor. Isso é o que torna alguém filho de Deus.

 

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome;” João 1:12

 

Há aqui um ato da salvação. Ao crermos em Jesus, somos feitos filhos de Deus. Mas isso é um processo e deve continuar na nossa vida a cada dia. Ser filho de Deus precisa ser confirmado todos os dias. Isso se verifica observando se o Espírito que recebemos no dia em que nele cremos, ainda permanece conosco.

 

Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.

Romanos 8:14

 

Aqui já há a conotação de algo contínuo. “Esses são” é presente. Não é um ato apenas mais que se dá e passa. Ou seja, sermos filhos de Deus se dá quando cremos, mas isso é algo que deve se mostrar evidente todos os dias pela presença do Espírito Santo na nossa vida.

 

Por que o uso da expressão “Aba”?

É interessante pensarmos por que Paulo usou essa expressão para falar aos irmãos e não simplesmente a palavra “pai” que é seu significado. Isso é por que, como o próprio texto menciona, o povo servia a Deus pelo temor (“vós não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em temor”).


Ninguém chamava a Deus de pai no velho testamento, nem Deus chamava a ninguém de filho. Por que de fato, eles não o eram. O que nos dá hoje a condição de sermos feitos filhos de Deus é o Espírito Santo sobre nossa vida, o qual foi derramado, no passado eles não possuíam isso; como hoje também quem não aceita ao Senhor não o possui.


Podemos notar isso no trato do Senhor para com os servos, onde jamais os chamava de filhos, por mais que fossem íntimos. Por exemplo, quando Deus fala de Abraão “Abraão, meu amigo” (ref) ou com Moisés “Com Moisés, meu servo, falo face a face”. Não os chamou de filhos em nenhum momento.

 

Esse tratamento também é visto na forma como os homens se dirigem ao Senhor, jamais como “pai”, mas como Senhor. Por exemplo, Davi quando escreve o salmo “O Senhor é o meu pastor” ou quando Samuel responde ao chamado de Deus “fala Senhor por que o Teu servo ouve”. Não vemos em todo o velho testamento ninguém se dirigindo a Deus como “pai” ou “meu pai”; como também não vemos Deus se referindo a alguém como “filho, ou meu filho”.

 

Porém, há um salmo em que o salmista profetiza a respeito de que um dia Jesus viria, o Seu filho e nos daria a condição de sermos filhos.

 

Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação

Salmo 89:26.

 

Algo que ninguém havia feito até então, chamar a Deus de pai Jesus faria. E no salmo 89:29

 

E conservarei para sempre a sua descendência,...

 

que seria a igreja que se formaria após seu sacrifício; agora descendentes de Jesus, pois receberíamos do seu Espírito Santo seríamos feitos filhos de Deus nesse sangue que nos vivifica.

 

Nossa tradução dos textos sagrados perde um pouco a riqueza de significados às vezes. Por exemplo, os judeus atribuíam muitos nomes a Deus. Pra cada situação, um nome era usado. Vemos referência a Deus como Elohim (Deus poderoso, Deus forte), Adonai (Senhor), Jeová (Senhor), Jeová-Shalom (O Deus da paz), Jeová-Jireh (O Deus da provisão), Jeova-Rafa (Deus que sara), mas nunca se referiam a Deus como Aba (Pai) – em nossas traduções está sempre escrito SENHOR nesses nomes que eram usados. E é por isso que Paulo faz questão de escrever “pai” em hebraico pra que ficasse evidente a todos que pelo sangue de Jesus no se sacrifício, fomos feitos seus filhos e podemos ir direto a Deus como nosso pai. Nós, se não aceitarmos a Jesus e recebermos o Espírito Santo, permanecemos sobre o julgo da lei e não temos o direito de irmos a Deus como nosso pai, pois quem clama “Aba” não somos nós, mas o Espirito Santo que em nós habita “O Espírito PELO qual clamamos: Aba, pai”.

 

Qual o grande benefício de sermos feitos filhos de Deus?

Paulo escreve no texto seguinte:

 

E, se nós somos filhos, somos também herdeiros...

Romanos 8:17a


O benefício que temos é a herança que Deus tem pra nós. Muitas bênçãos nesta vida, mas acima de tudo isso, temos Sua salvação, Sua eternidade!


Que Deus nos abençoe! A Paz do Senhor irmãos!


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